sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Padre Longo



O padre Bernardo Longo era um missionário italiano do instituto do Dehonianos também conhecidos como os padres do Coração de Jesus, que trabalhou toda a vida na África.

Jovem missionário foi enviado para Nduye, o lugar mais recuado e isolado na grande floresta do Congo. Não se sabe bem o que levou os superiores a fundarem uma missão numa zona tão inóspita. Parece que foi o grande amor do padre Longo pelos pigmeus que o levou a fixar-se exactamente onde estes “habitantes da floresta” se sentiam bem, longe de todos e em contacto directo com a mãe floresta.

Durante anos, o P. Longo, que foi um dos primeiros a aproximar-se dos pigmeus, trabalhou sozinho. Ensinava o catecismo e era ajudado pelos habitantes locais na construção da primeira escola e duma pequena igreja, primeiro com paus e barro, depois em tijolos e folhas de zinco.

Ao fim de poucos anos, havia uma Igreja viva, formada por cristãos recém-baptizados. Havia ainda muito a fazer. Com a chegada das irmãs missionárias, foram construídos, uma grande casa para acolher uma grande comunidade de irmãs, uma escola para as meninas e um pequeno hospital. Foi também construída uma casa espaçosa para os missionários que nunca chegariam, de facto, o padre trabalhou sempre sozinho.

Este missionário extraordinário tinha um dom especial para as coisas técnicas. Fundou uma escola de carpintaria e, sobretudo, uma escola de mecânica que formou gerações de mecânicos famosos em toda a Província Oriental do Congo.

No fim do ano de 1964 a missão de Nduye encontrou-se no meio da revolução dos Simba. Um movimento de ódio irracional que massacrou milhares de pessoas, entre os quais estavam mais de uma centenas de missionárias e missionários.

O nosso santo missionário foi preso junto com as cinco irmãs, levados à força para Mambasa, uma cidade distante 60 km. O padre foi executado em público, no meio da praça da cidade.

Antes de morrer, e como última vontade, disse que perdoava aos seus filhos aqueles que o matavam) e pediu que não fizessem mal às irmãs.

Os algozes, não se sabe porque, respeitaram a vontade do missionário, as irmãs foram imediatamente libertadas. Segundo as irmãs, aquele foi o primeiro milagre do novo mártir.

Aterrorizadas, interiormente destruídas, órfãs dum pai amoroso, aquelas irmãs jovens e destemidas voltaram ao seu posto de trabalho. Eram encorajados por um grande ideal e por uma força “vinda do alto”. Estavam seguras da protecção paterna do padre Longo. Até então tinham tido um pai e um amigo, a partir daquele momento tinham um potente protector no céu.

Com a continuação da guerra, elas tiveram que abandonar a missão, para voltar mais tarde.

Depois da guerra, as missionárias e os cristãos de Nduye transladaram o corpo do padre Longo e enterraram-no interior da igreja paroquial.

Hoje, esta em curso o processa para a beatificação do heróico missionário.



Mambasa, R.D. Congo, 6 de Junho de 2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário