sábado, 15 de setembro de 2012

Adeus Maboma !


Nós já conhecemos a bonita missão de Maboma, onde os combonianos trabalharam durante 26 anos e agora partiram para outros rumos.
Achegada dos combonianos a Maboma, foi precedida por alguns anos de procura dum local para dedicar-se completamente ao trabalho com os pigmeus. Em 1986 foi escolhido uma aldeia de pigmeus, Bangane, na paróquia de Maboma. Este primeiro centro da nossa actividade ficava a 20 km da igreja paróquial, mas tinha a vantagem de estar na floresta, onde viviam um grande grupo de pigmeus. Dali os missionários encarregavam-se também da paróquia e das suas capelas.
 A partir de 2000, os missionários mudaram para o centro da missão e passaram a viver na antiga casa das irmãs, construida há mais de 50 anos, mas em bom estado.
Eu tive a sorte de trabalhar por duas vezes em Maboma, a primeira vez na casa da floresta, Bangane e, nos últimos dois anos, no centro da missão.
Ultimamente, o numero dos missionários tem diminuído dramaticamente.  A comunidade de Maboma foi a que mais sofreu com a carência de pessoal. Há anos que não se consegue formar uma comunidade normal, de tres missionários.  Durante o último ano fiquei sozinho. Esta situação, obrigou os superiores a fechar a missão, não só por falta de pessoal, mas também porque a diocese tem novos sacerdotes que podem tomar conta da paróquia.
No último domingo de Junho, os  combonianos celebraram a última missa na grande catedral. Estavam presente muitos cristãos entre os quais um bom grupo de pigmeus atónitos e tristes. Estava ainda o representante do bispo da diocese e o do superior provincial, junto com os dois jovens sacerdotes diocesanos, novos responsáveis pela paróquia. Estavam também duas irmãs combonianas que tinham vindo despedir-se, mais uma vez, daquela que tinha uma das suas primeiras missões aqui no Congo.
No fim da celebração, agradeci, a todos, os dois anos maravilhosos passados no meio daquele daquela gente simples e boa. Disse que se concretizava o sonho de S. Daniel Comboni, pois ele dizia que o trabalho do missionário era ser a pedra escondida sobre a qual se construía a Igreja. Uma vez a comunidade cristão estabelecida, o missionário podia partir para outros sítios mais necessitados.
A presença dos dois jovens sacerdotes locais era o sinal que aquela igreja era madura. Já tinha os ministros necessários para o trabalho pastoral, portanto os missionários tinham feito o seu dever, era tempo de partir para outras paragens.
Depois da missa partilhamos uma simples refeição, num ambiente de alegria e festa, esquecendo um pouco as dificuldades da separação. Disseram-se as últimas palavras de agradecimento, deram-se os últimos abraços e separàmos-nos. Eles ficam e continuam no caminho aberto. O missionário parte abrindo novos caminhos que um dia serão grandes estradas por onde marcharão multidões de novos cristãos.
Adeus, querida Maboma, obrigado por tudo o que me deste e pelo tempo maravilhoso passado juntos !
Que o nosso Deus fique contigo e me acompanhe na nova missão !
Isiro, Junlho de 2012

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