sábado, 29 de setembro de 2012

Aniversário na floresta





A minha primeira visita a um capela no dia dos meus anos



Hoje, 12 de Agosto, levantei-me, como normalmente, antes das 5 horas da manhã, cheguei junto do irmão que já preparava o saboroso café, ele cumprimentou-me primeiro com um « Muitos parabéns ! » Agradeci  e disse que me tinha esquecido do meu aniversário. Ele respondeu   « Tu podes esquecer, mas a tua mãe nunca se esquecerá ! » Dei-lhe razão.
Ainda sou novo no lugar,  há duas semanas que cheguei. Hoje domingo,  saí, pela primeira vez,  para visitar os cristãos duma capela distante. Parti atempadamente, até porque não conhecia a estrada. Cheguei e fui acolhido, como sempre, com grandes manifestações de alegria e entusiasmo. Dei uma volta pela pequena aldeia, visitei alguns doentes  e depois de uma boa hora de confissões começamos a misa.
Durante a homilia que, aqui é uma longa conversa e uma catequese, disse-lhe que este domingo tínhamos vários motivos para celebrar e fazer festa.
Antes de mais,  era a primeira vez que nos víamos. Apresentei-me e recebi a primeira salva de palmas. Em seguida, era a festa do domingo, o dia do Senhor e da santa Missa. Isto ele compreenderam bem, pois há dois anos que os missionários não visitavam a capela. Depois, era a grande festa da Assunção de Nossa Senhora. Aqui no Congo o dia 15 de Agosto não é feriado, por isso a festa é celebrada no domingo mais próximo. Finalmente,  era a minha festa, eu celebrava o meu aniversário de nascimento, outra grande e demorada salva de palmas.
Expliquei-lhes demoradamente o significado da Assunção de Nossa Senhora ao céu em corpo e alma. Disse-lhe que Maria, a nossa muito querida Mãe espera-nos no céu, onde um dia, nós também chegaremos com a alma e com o nosso corpo ressuscitado.
 Por fim, perguntei-lhe se uma mãe podia esquecer o seu filho. Todos disseram que não. Apresentei o meu caso e disse-lhes : « Há anos que deixei a minha terra, a casa dos pais, deixei os irmãos e a minha mãe, sem dúvida que ela já me esqueceu, não é assim ? » Todos responderam com um « NÃO » sonante entre risadas. Voltei a perguntar ; « Mas se um filho abandonou a casa, esqueceu a sua mãe, se um dia ele voltar, a mãe vai abrir-lhe a porta  e vai o acolher? Todos responderam que sim. As mães presentes na capela completamente cheia, apertavam os seus bebés contra elas, como que a provar que o amor de mãe, é como o amor de Deus, eterno e dura para sempre.
Concluímos a meditação/homília/catequese,  contemplando esta nossa Mãe do céu, Nossa Senhora Assunta, que junto de Deus nunca nos  esquece, nós os seus filhos peregrinos nas diferentes estradas desta vida terrena. Ela lembra-se de todos os seus filhos, mesmo daqueles que estão longe, a esqueceram ou se perderam no labirinto da vida. Ela acompanha-nos, intercede por nós junto de Deus e espera até ao dia em que todos os seus filhos se reunirão junto dela para uma vida sem fim.
Depois da missa e duma refeição simples voltei para casa. À noite partimos um bolo de aniversário e tivemos direito a uma cerveja.
Agradeço a Deus mais um ano de vida e penso na minha querida mãe, irmãos, familiares e amigos que, mesmo separados, nunca nos esquecemos.

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