A minha primeira visita a um capela no dia dos meus anos
Hoje, 12 de Agosto, levantei-me,
como normalmente, antes das 5 horas da manhã, cheguei junto do irmão que já
preparava o saboroso café, ele cumprimentou-me primeiro com um
« Muitos parabéns ! » Agradeci e disse que me tinha
esquecido do meu aniversário. Ele respondeu « Tu podes
esquecer, mas a tua mãe nunca se esquecerá ! » Dei-lhe razão.
Ainda sou novo no
lugar, há duas semanas que cheguei. Hoje domingo, saí, pela
primeira vez, para visitar os cristãos duma capela distante. Parti
atempadamente, até porque não conhecia a estrada. Cheguei e fui acolhido, como
sempre, com grandes manifestações de alegria e entusiasmo. Dei uma volta pela
pequena aldeia, visitei alguns doentes e depois de uma boa hora de
confissões começamos a misa.
Durante a homilia
que, aqui é uma longa conversa e uma catequese, disse-lhe que este
domingo tínhamos vários motivos para celebrar e fazer festa.
Antes de
mais, era a primeira vez que nos víamos. Apresentei-me e recebi a
primeira salva de palmas. Em seguida, era a festa do domingo, o dia do Senhor e
da santa Missa. Isto ele compreenderam bem, pois há dois anos que os
missionários não visitavam a capela. Depois, era a grande festa
da Assunção de Nossa Senhora. Aqui no Congo o dia 15 de Agosto não é
feriado, por isso a festa é celebrada no domingo mais próximo. Finalmente, era
a minha festa, eu celebrava o meu aniversário de nascimento, outra grande e
demorada salva de palmas.
Expliquei-lhes
demoradamente o significado da Assunção de Nossa Senhora ao céu em corpo e
alma. Disse-lhe que Maria, a nossa muito querida Mãe espera-nos no céu, onde um
dia, nós também chegaremos com a alma e com o nosso corpo ressuscitado.
Por fim,
perguntei-lhe se uma mãe podia esquecer o seu filho. Todos disseram que não.
Apresentei o meu caso e disse-lhes : « Há anos que deixei a minha
terra, a casa dos pais, deixei os irmãos e a minha mãe, sem dúvida que ela já
me esqueceu, não é assim ? » Todos responderam com um
« NÃO » sonante entre risadas. Voltei a perguntar ; « Mas
se um filho abandonou a casa, esqueceu a sua mãe, se um dia ele voltar, a mãe
vai abrir-lhe a porta e vai o acolher? Todos responderam que sim. As
mães presentes na capela completamente cheia, apertavam os seus bebés
contra elas, como que a provar que o amor de mãe, é como o amor de Deus, eterno
e dura para sempre.
Concluímos a
meditação/homília/catequese, contemplando esta nossa Mãe do céu,
Nossa Senhora Assunta, que junto de Deus nunca nos esquece, nós os
seus filhos peregrinos nas diferentes estradas desta vida terrena. Ela
lembra-se de todos os seus filhos, mesmo daqueles que estão longe, a esqueceram
ou se perderam no labirinto da vida. Ela acompanha-nos, intercede por nós junto
de Deus e espera até ao dia em que todos os seus filhos se reunirão junto dela
para uma vida sem fim.
Depois da missa e duma
refeição simples voltei para casa. À noite partimos um bolo de aniversário e
tivemos direito a uma cerveja.
Agradeço a Deus
mais um ano de vida e penso na minha querida mãe, irmãos, familiares e amigos
que, mesmo separados, nunca nos esquecemos.
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