UM
GRANDE MISSIONÁRIO
Retrato de um
missionário apaixonado pela Missão
O Padre Victor é um
missionário italiano com uma inteligência de génio e uma memória de biblioteca.
Ele sabe muito de quase tudo. Nos longos serões da nossa comunidade ele pode falar, tempo sem fim, duma maneira
profunda, sábia e completa dos mais diversos temas. Escreveu vários livros
sobre a África e as missões. É um homem forte, mede 1,80 m, tem uma resistente
e infatigável, um entusiasmo e força interior inesgotável.
O p. Victor completou este
ano 70 anos e desde os 26 que vive na sua querida e amada África.
Mas o que o torna conhecido
e notado é a sua força de trabalho, a
capacidade de imaginar coisas novas, um amor sem limites à Missão, uma
generosidade sem medida e uma doação total às pessoas, sobretudo os mais pobres
e desprotegidos.
Quando ele era jovem, foi
expulso, com outros missionários, do Ruanda.
Aqui, em Bambilo, onde leva
6 anos, ele é a alma e o coração da Missão.
Tem mil projectos para realizar, quer estar em todos os sítios
ao mesmo tempo e sofre por não poder salvar todos de todos os males ao mesmo
tempo e imediatamente!
Quando lhe dizemos para
descansar, andar mais devagar (mesmo a conduzir a mota), ele diz que tem
pressa, pois restam-lhe poucos anos vida a consagrar à Missão!
Defeitos? Sim, o P. Victor
ainda não é santo! Tem dois grandes defeitos. Antes de mais, descuida a sua
saúde até pôr em risco a sua vida. Outro defeito incorrigível – ele dá tudo o
que tem! Ele diz que durante as férias nem um café toma, para poupar, para a
missão;
mas aqui, dá tudo, mesmo a
roupa pessoal!
Quando ele vai à cidade, o
ecónomo dá-lhe só o dinheiro estritamente necessário. De todas as maneiras, ele
volta sempre sem dinheiro!
Pior ainda, ele
descuida a própria saúde. Há dias, ele
voltou da visita às capelas meio coxo. Queria esconder uma queda de moto, coisa
normal. Tivemos que insistir para que deixasse o enfermeiro medicar uma perna esfolada e um
joelho inchado e ferido.
Outra vez, já há uns anos,
uma simples malária descuidada (nós temos sempre uma reserva de remédios anti-malária), complicou-se
terrivelmente. Em fim de vida, foi transportado até ao hospital mais próximo,
a 55 km, onde, por sorte, se encontrava um médico que o salvou.
Talvez por ser
descuidado, este valente missionário,
sofre de uma forma grave de hepatite.
Esteve quase dois anos na
Europa para se curar e tem de fazer, cada seis meses, exames de controlo; uma
vez aqui no Congo, outra vez na Itália.
Nestes dias ele parte para
Kisangani para os exames médcios. Tem uma viagem de 1300 km, ida e volta, a maior parte
feito em mota, por estradas que só Deus conhece! Em Janeiro vai à Itália para
outros exames mais rigorosos.
Ele, como é natural, fez
tudo para evitar estes exames e, sobretudo esta terrível viagem, mas os médicos
insistiram e os superiores confirmaram.
Pode-se dizer que o P.
Victor é descuidado, mas obediente!
Fidelino
Bambilo, 28 de
Julho de 2014
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